Desejamos a perfeição e plenitude em tudo que temos e vivemos, esperamos que as situações e fatos tenham o desfecho que queremos, que sejamos amados e admirados na medida certa do nosso contentamento e não aceitamos menos, criamos o monstro das expectativas em tudo e sofremos quando as coisas não acontecem no nosso tempo..
E essa necessidade de perfeição nos cega pois deixamos de ver o outro como sujeito, não aceitamos nada contrário ao esperado, nutrimos o desejo do comportamento ideal diante das situações, da palavra perfeita dita no momento certo, do silêncio que harmoniza, da compreensão após o erro cometido e cobramos, cobramos do outro uma perfeição cíclica.
Não nos damos conta de que idealizando perfeições reduzimos a convivência em erros e acertos que minam silenciosamente as relações, impossibilitamos que o outro seja aquilo que é, constituído de valores, motivações e convicções que o torna singular, cerceamos sua natureza e o reduzimos, cobramos atitudes, depositamos quereres e responsabilidades muito além do que é possível ..
E porque somos assim? Queremos que o outro corresponda nossas expectativas a altura dos nossos quereres e será que somos o mesmo pra ele? será que podemos servir de exemplo, somos o desequilíbrio que o faça refletir diante de suas ações, será que somos o sujeito provocador que desperta a mudança ou o dito "padrão ideal" se é que ele existe, será que somos capazes de aceitar aquilo que o outro não vê e respeitar...e não fazer disso padrões necessários para a convivência ......