" Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar...


Clarice Lispector.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Transpor.



Sinto saudades das minhas meninas, da espontaneidade dos risos e abraços apertados, da alegria que fazia o tempo voar quando estávamos juntas. O amor a primeira vista sentido mutuamente, fomos tomadas por uma avalanche de quereres e necessidades inesperadas, foi quando nasceu o desejo de ter uma família e sem muitas explicações as coisas foram acontecendo, de alguma maneira queria vê-las crescer e se possível conviver, tantos sentimentos que nos tomavam a alma. Tempo bom.....

Tudo me cativava às manhas, as traquinagens, as brincadeiras e a doçura da maternidade, me via em vocês e quis tanto, mas de uma maneira covarde os quereres foram substituídos por silêncio, indiferença,culpa, medo e acusações.... o mundo as cegaram e foram destruindo o Amor e construindo silenciosamente o Desamor uma barreira hoje intransponível, sinto por ti, sinto por mim....quando quebrou, porque nos perdemos....

Observando hoje são moças, lindas, porém tornaram-se duas estranhas que habitam meus espaços, reconheço o mundo nelas e pouco de você, por que....

Compreender os desígnios da vida requer uma dose de compreensão e humildade muito maior do que imaginamos, quem sabe um dia o estar e conviver sejam mais calmos e harmoniosos, quem sabe quando elas constituírem suas próprias famílias compreenderão que as amo e que jamais quis que sofressem ou perdessem seja lá o que pensam, meu amor por ti talvez um dia seja compreendido e contado aos nossos netos, que com certeza virão e assim ouvirão a história de um amor que enfrentou o mundo e o tempo para ser vivido, que nem mesmo o egoísmo e a hipocrisia foi capaz de aniquilá-lo, nem mesmo os delas, cúmplices desta história de Amor .....

Perdão por não conseguir transpor, por não ser capaz de cativar e amar tão somente como você, gostaria que fosse diferente...perdão ....