" Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar...


Clarice Lispector.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Exaustão



Estar em silêncio muitas vezes é me desligar de você, desconectar-me de nós, a ponto de me isolar e desabitar nosso lugar. Esta espera tem me consumido, tem feito de mim alguém que muitas vezes desconheço. Criamos e recriamos o tempo todo coisas em nós, que nem sempre queremos ou aprovamos, mas sintetizam o que sentimos.

Elas parecem nos transportar para partes de nós  que nem sabemos que existem, silencio na busca de equilíbrio, da saciedade das minhas expectativas e me coloco aqui, a mercê de você e das suas escolhas, a mercê do tempo a quem sempre respeitei....

Muitas vezes seu tempo me sufoca, ele se faz de uma forma sempre imposta e ditatorial, é condição necessária para existirmos e coabitarmos. Me colocaste a beira deste caminho há tempos, estou a esperar, velando pelo tempo e pelas resoluções que devem acontecer a sua maneira, uma gestação que aguarda a chegada do crescimento, da maturidade, da independência, da formação, da aposentadoria e até quando? 

Quero quebrar a ampulheta que parece jamais findar, colocando fim nesta espera, espera esta, que pode estar nos distanciando silenciosamente, transformando minha paciência em grãos de areia que o vento sopra nesta queda infinita que não finda nunca..

Me encontro a beira do caminho a espera de nós, suplicando para que minha paciência tenha fôlego, para que meus sentimentos sustentem o passar dos dias, que a espera seja agraciada com a calmaria desejada e que de fato possamos viver o nós...... 

Estou exausta de esperar....